sexta-feira, 24 de abril de 2009

Entre um Cabernet e um Pinot noir

Assim como não se sabe quem inventou a roda a origem do vinho também é desconhecida. De qualquer maneira, é uma bebida que já foi apreciada por muitos povos na história da humanidade. Na Grécia encontramos a Deusa do vinho, na Itália os padres a aprecia faz tempo, na França encontramos bons Bourdox desde as cruzadas, em Portugal as castas são muito antigas e são produzidas em varias regiões como no Douro, sem falar no vinho do Porto. Atravessando o oceano, vamos dar uma para na Califórnia. Essa região dos EUA exporta para o mundo muitos artigos, um deles é o vinho. Um ótimo o vinho por sinal.
O filme Sideways, tem como cenário principal a Califórnia, em especial lugares onde se concentram as vinícolas. Uma viajem destinada a degustação de vinhos. Um enófilo e um bêbado. Os personagens principais da trama são, Mile um escritor e Jack ator. Eles saem de San Diego, passam por Los Angels, Oxnard,Santa Bárbara e por aí vai. A paisagem das plantações de uvas é digna de filme. Na primeira parada da dupla, você logo vai identificar o entendedor de vinho e o de álcool. O primeiro degusta um Pinot noir e o descreve com palavras que seu amigo não imaginava que se usava para falar de vinho. Aroma de morango, um pouco de maracujá, e ainda aspargo. Quando testa o vinho ainda descobre aromas mais interessantes como gosto de queijo. De todo modo ele concorda e degusta também. A história do filme não é o melhor, mas o universo dessa bebida formidável sim. Toda trama é costurada com sutil bom humor.
Não é a primeira vez que assisto ao filme, o que mais me atrai é o universo do vinho. As partes de degustação me prendem. Certa vez em terras Lusitanas, participei de uma degustação orientada, se chamava “Volta ao mundo”. Na ocasião, estava acompanhada de duas amigas, uma enóloga e a outra assim como eu, apenas apreciadora da bebida. A degustação aconteceu dentro de uma feira em Lisboa, se chamava Encontro com o Vinho e Sabores. O visitante na entrada recebia uma taça, própria para degustação e podia experimentar (se conseguisse) todos os vinhos lá expostos. Para a degustação orientada era preciso fazer uma inscrição antecipada. Seguindo a amiga enóloga fomos para a tal degustação. Tudo muito organizado. A sala destinada ao beberico com modos estava organizada com mesas duplas, blocos para anotações, um baldinho para cuspir, água e em cima da mesa a toalha de papel era marcada com lugares para as taças, muito interessante e diferente. Um universo que não imaginava. Todos a postos, o primeiro vinho foi apresentado. Ah! Na mesa principal estavam sentadas pessoas que realmente entendem do assunto e eram elas que apresentavam o produto para nós. O primeiro que degustamos foi um francês, começamos pelos brancos, Paul Blanck Sommerberg 2001. Não encontrei nenhuma anotação para esse vinho em meu caderninho (aquele que recebi na entrada!). Acho que nesse momento estava mais preocupada em imitar os outros do que com o vinho. Vamos pular para o vinho de numero sete, nessa altura eu e minha amiga já estávamos super entrosadas com as palavras para descrever a bebida. Era um vinho português, do Alentejo, Herdade dos Grous Reserva 2004, segundo minhas anotações ele era liso, não muito encorpado, porém forte. O aroma passava do café para canela, frutado e muito perfumado. Sabor caramelo, charmoso e elegante. Na parte que perguntava comprar? Coloquem um sim bem grande. Hum! Deu até vontade de tomar um vinho, quem sabe um 100% Cabernet Souvignon amadeirado e frutado! Bem continuo sendo apenas uma apreciadora de vinhos.