segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Centro de Poa - PARTE II




Andar no centro da cidade é sempre uma incógnita. Com tanta gente circulando é o lugar propício para muita coisa acontecer. Pessoas apressadas, correndo, com fone de ouvido, sacolas de compras, mercado público, artistas de rua, manifestações, pesquisa de opinião, enfim, centro da cidade. Começamos nossa busca por retratos para um blog de moda no Mercado Público, quando percebemos estávamos na esquina democrática onde acontecia a Consulta Popular, uma pesquisa com a população para saber o que deve melhorar no Estado. Policiamento reforçado, o prefeito José Fogaça acompanhando tudo. Um burburinho começa e vai aumentando, “pega, pega que é ladrão”, junto com uma movimentação estranha até mesmo para o centro da cidade. Eis que o barulhinho se transforma em gritos e correria. O GOE que também estava presente, ágil e rápido, logo prendeu o tal que corria loucamente pelas ruas. O povo que, diga-se de passagem, no centro da cidade é bem mais caloroso e participante do que em outros lugares, se dividia e gritava palavras de ordem, aplausos e tinham até os que suspeitavam de certa fraude em relação à prisão. Alguém gritou: “O povo unido é isso aí, temos que nos unir, pois somos vitimas”. Outro transeunte expressou, “Me deixa aplaudir, isso é exemplo de como é importante a polícia no centro”.
A insegurança também está presente na parte central da cidade. Uma cena corriqueira é ver mulheres em passos rápidos segurando a sua bolsa com toda força embaixo do braço. Nem sempre, o GOE está ali, aposto para nos ajudar. Ricardo Pettenon da Rosa, 39 anos, diz que na parte central como a esquina democrática a polícia está reforçada. Mas, subindo um pouco a rua, próximo a Santa Casa a coisa muda de figura. “Naquelas pracinhas o pessoal do crack ataca os pedestres, geralmente idosos e idosas”, afirma Rosa, que completa dizendo que se sente seguro, pois está sempre “antenado”.
Estar atento onde anda, ao horário, são cuidados que precisamos ter nos dias de hoje, ainda mais no centro da cidade, onde ocorre uma mistura de classes sociais, de comportamentos. Muitas vezes saímos de casa sem saber o que nos espera, como hoje por exemplo. Nunca se espera encontrar um homem com revólver correndo, mas infelizmente isso pode acontecer.
No fim, passado o susto e adrenalina, fica a lição que tomar cuidado e estar atento nunca é demais, e que o povo unido tem mais chances de vencer a criminalidade.



Monica Brum e Manoela Rysdyk

Fotos: Manoela Rysdyk

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