Amar o que se faz é ingrediente fundamental para o sucesso. É evidente que esse componente Tim Lopes colocava nas suas receitas, que rendiam grandes bolos, onde cada pedaço era recheado de informações. No seu livro de receitas deixado para o jornalismo, muito ainda tem que se experimentar. Precisa-se entender como fazer, que forma usar e que temperatura assar.
O caso Tim Lopes é certamente o mais polêmico do jornalismo investigativo brasileiro. No Brasil, essa especialidade começou a existir nos anos 70, com a Ditadura Militar. Porém, foi com a morte do jornalista da Rede Globo que uma grande discussão surgiu no país.
O código de ética do jornalismo não trata de maneira, exatamente, clara o assunto, uma vez que diz que o interesse público é o que defini a utilização de métodos diferenciados na captura de informações. Pois bem, o que é interesse público. Um interesse do todo, das partes, da sociedade. O limite para o jornalismo investigativo vem do chamado interesse público, o que deixa muitas dúvidas. Vamos reformular a pergunta, o que não é interesse público?
A brutalidade do assassinato do jornalista chocou o Brasil e até hoje levanta vários questionamentos envolvendo a ética, liberdade de expressão, o uso de aparatos eletrônicos, segurança que a empresa fornece, pressão de trabalho e função social. Até que ponto uma reportagem é importante, que chega a valer mais que a vida? Acho que além do código de ética, o profissional deve respeitar os seus limites. Apurar os fatos, levantar informações, ficar atento ao que está acontecendo ao seu redor, ter paciência e fontes confiáveis é fundamental para o exercício da função. Nesse caso, mais importante do que ter fontes confiáveis é passar segurança para sua fonte. Uma conquista quase que diária, na busca por informações.
**Material produzido para a disciplina de Jornalismo Investigativo.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Jornalismo além do interesse público
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Tim Lopes
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